domingo, 28 de dezembro de 2008

Os fantasmas nos espelhos


“Há um conto sobre o fantasma que assombra este hotel sombrio, perdido para sempre, incapaz de encontrar a saída. Noite após noite, ele experimenta cada porta no corredor sem fim, mas nenhuma se abre para ele.

Assisti dois filmes e encontrei uma resenha que fizera de um jogo oriental essa semana. Todos me remeteram novamente ao assunto ‘lendas urbanas’ e o modo como elas podem ser fascinantes e assustadoras.
O primeiro foi o recente Mirrors (Espelhos do Medo), refilmagem de um filme coreano e o segundo o também recente O Orfanato (El Orfanato). Os dois me fizeram lembrar também duas edições da revista em quadrinhos Spawn, que costumava colecionar (antes do preço ir pras alturas e a qualidade lá pra baixo), o primeiro numa pequena série de edições chamada “A Ponte” (# 114/115), ambientada no Japão, contando sobre uma lenda oriental antiga que se entrelaçava com uma lenda urbana atual, sobre um hotel assombrado. O Segundo com outra série chamada “Sete fantasmas e meio” (#130/131), sobre uma casa que abrigava fantasmas de várias épocas, e um que ainda não tinha atravessado o limitar total da morte, mas também não estava vivo. Lendas urbanas me fascinam pois são aquelas coisas contadas que você diz “Meu, eu não acredito nisso, é só história!”, mas no fundo você sente um arrepio e de verdade, prefere não entrar naquela casa estranha e abandonada ou fazer uma brincadeira que possa supostamente culminar numa coisa ruim, mesmo que diga que não acredita em nada disso. Esse sentimento de precaução, de medo contido é o que faz as lendas ganharem força e irem passando de um para o outro pelos tempos.


Vou falar primeiro do Mirrors, que me lembra muito isso. Não apenas pelo decorrer da historias, mas principalmente pelo seu final, clássico para lendas urbanas. E que se parece com o A Ponte, em que o protagonista, tentando confrontar o seu medo e solucionar as coisas, acaba perdido, como um fantasma, para sempre aprisionado dentro do espelho, ou do corredor sem fim, cujas portas não se abrem. Lembro que quando vi só um pedacinho do começo do filme (que conta com o ator consagrado por seu Jack Bauer, 24 horas, na verdade, ai ele parece uma versão aposentada do Bauer, rsrs), não achei grandes coisas, parecia um daqueles de terror sobrenatural, com mortes seqüenciais e violentas. Mas foi um engano passageiro. Depois que vi o resto achei a história muito interessante, com cenas fortes, e um ambiente promissor para contos de fantasmas (claro que o oriental deve ser muito melhor, como sempre, mas como ainda não o vi), me lembrando em alguns aspectos o meu favorito Silent Hill. E em alguns também me lembravam as perseguições de 24 horas, digamos que uma versão ‘supernatural’ rsrsrsrs, e até cheguei a pensar com graça, perto do final, em que o protagonista sai do prédio assombrado com aqueles ferimentos manjados que “O cara é o Jack Bauer, ele sobrevive até a bomba atômica, claro que ele ia resolver tudo e se safar no final”, mas ai eu comecei a perceber que ninguém dava bola pra ele, mas continuei pensando “Putz, o cara é tão fodão que nem precisa da ajuda de ninguém, sai na raça de um confronto com um demônio furioso!”, mas ai ele também percebeu que ninguém tava dando bola pra ele. E começa a reparar que ninguém enxergava ele e que tudo o que ele via era ao contrário....como se estivesse num espelho. E desesperado ele vaga pela cidade, percebendo que se tornou uma mera sombra no mundo invertido que existe do outro lado do espelho....Bem, sorry Kiefer Sutherland, mas num conto de fantasmas cujo tema são lendas urbanas, o final normalmente não é bom pra quem protagoniza, e essa não foi sua vez se dar bem.


“Os fantasmas estão sempre famintos” R. D. Jameson




Misterios Noturnos




Você esta dormindo. Possivelmente tendo um pesadelo ou sonho muito estranho. Algo te persegue ou você esta angustiada (o). De repente acorda, mas percebe que o sonho parece não ter ido embora, você ainda sente a presença do perseguidor perto de você, e a sensação ruim continua presente. E pior, você não consegue se mover, nem um músculo, um pouco os olhos, mas tem medo de olhar para os lados, pois a presença esta próxima, uma forma humanóide, negra como uma sombra, opressiva, que parece fazer uma pressão insuportável sobre você, como se estivesse te agarrando por trás, os braços escuros, fortes, esmagadores, a pressão é tanta que parece que você vai sufocar, sente com um arrepio quando percebe que não consegue respirar...O coração aos pulos, você só pede praquilo ir embora logo e..... Enfim, desperta.




Não, isso não é um trecho que um livro de terror. É real, acontece comigo, minha mãe, e com muitos desafortunados noturnos e pode acontecer com você também. Isso se chama Paralisia no Sono, vulgarmente (e miticamente) chamado por supersticiosos como “Ataque de Incubo”. Não é freqüente, na verdade, parece que quando acontece, é tão ruim, que você tem a sensação que um já foi suficiente pra toda a vida. Esses ataques costumam acontecer duas ou três vezes durante a vida de uma pessoa mesmo. Mas há aqueles mais propensos a perturbações noturnas e eu devo ser uma delas, pois já tive umas 3 ou 4 experiências de paralisia no sono nos meus 21 aninhos.


A paralisia no sono ainda é um ramo novo no estudo sobre o sono e não há nada muito certo sobre como acontece esse fenômeno tão assustador. Na crendice popular, que vem desde a Idade Média, incubos são demônios masculinos que perturbam mulheres de noite a fim de ter relações sexuais com elas, como na Idade Média o sexo ainda era tabu (ainda mais fora do casamento ou antes dele) ai tudo era culpa do incubo que agarrou ou violou fulana durante o sono, aham. Mas falando sério, se é um ser mitico ou apenas a figuração de um estagio desconhecido de perturbação no sono, não deixa de ser assustador o que ele faz. Segundo um livrinho ótimo sobre sonhos (Fique por dentro dos Sonhos, meu livro de cabeceira sobre o assunto) :


"O sono envolve vários niveis de consciência. Ás vezes esses estágios se sobrepõem e as pessoas podem pensar que estão despertas, quanto na verdade estão dormindo. Recentemente foi sugerido que este ESTADO DE CONFUSÃO pode ser a fonte de muitos fenômenos paranormais, como ver fantasmas ou extra terrestres ao pé da cama. O incubo é um desses fenômenos que podem estar associados a perturbações no sono.

Sobre paralisia no sono:

Pesquisas conteporaneas reconhecem hoje que algumas experiências de sono paranormal são, na verdade, um estado psicológico conhecido como paralisia do sono. Um aspecto normal do sono REM (estagio do sono em que sonhamos) é que o corpo fica imobilizado, para que a pessoa não possa agir nos sonhos. Durante a paralisia do sono, o corpo está paralisado e o cérebro, produzindo imagens de sonhos. As pessoas vêem, ouvem e sentem coisas, mas não conseguem se mover, e sentem-se despertas. Umas sensação de terror com freqüência acompanha esse estado. A paralisia geralmente passa depois de alguns minutos ou segundos.

Ouvi pela primeira vez sobre um acontecimento desse pela minha mãe. Na casa em que moramos hoje, o quarto dela é o mais estranho, talvez o ambiente não influencie, mas sinceramente não gosto de dormir lá (quando tenho que fazer isso). Uma vez quando era moleca ela me relatou a estranha sensação que teve sobre uma ‘coisa’ indefinida que pulava em sua cama de noite, num estagio de sono em que ela não sabia bem se estava desperta ou dormindo. Essa coisa ‘negra’ como uma sombra, e que parecia vezes uma criança, vezes um homem, ainda fazia pressão sobre o seu abdomem, como se fossem braços apertados querendo esmaga-la. Ao despertar, ou sentir que aquilo tinha ido embora não conseguia mais dormir. Fiquei mesmo assustada, achando que o quarto dela estava assombrado. Na época passávamos por situações difíceis e estressantes, então talvez também influenciasse pro clima naquele lugar ficar ruim. E influencia. Para se ter um bom sono, é muito importante não estar sob estrees, efeito de remédios, álcool, ou ter um sono irregular, ou dormir de barriga pra cima. É sério, esses fatores podem influenciar muito, não só em pesadelos, como na insônia e em perturbações mais ostensivas, como a paralisia.

Não lembro quando foi a primeira vez que experimentei a minha, mas foi assustador, achei que fosse morrer, ao despertar e sentir que algo não estava certo, ao meu redor o sonho ainda parecia estar ali e não consegui me mexer. O interruptor estava a poucos centímetros da cama, mas era impossível movimentar minha mão até ele e isso me desesperava, pois sentia uma presença (essa presença ‘negra’, como uma sombra) próxima a mim (bem nas minhas costas), e seus braços fortes e invisíveis me agarrando, me sufocando, parecia que o ar estava fugindo dos meus pulmões e fiquei com medo de ser esmagada. Ai para. Dura pouco mais de um minuto, até menos. A primeira coisa que você sente é que a pressão foi embora, e você consegue respirar de novo. Depois procura imediatamente o interruptor e acende a luz. É difícil ter coragem de olhar para os lados, apesar da luz acessa, parece que há algo ali ainda....E o sono não vem mais, pois a ultima coisa que você quer é dormir e acontecer de novo....

Da segunda vez que tive foi no temido quarto da minha mãe. Não é raro eu dormir lá e não ter pesadelos. Mas um deles foi despertado com paralisia, e eu estava sozinha naquela cama imensa...E o mais engraçado, a presença começou amigável, no sonho era um tipo de amigo misterioso...senti a coisa ‘negra’ próxima, deitada do meu lado. Sabe quando você já recebeu ajuda, agradece e...tchau. Mas a pessoa insiste? Parece que quer mais de você, não quer apenas um agradecimento, quer algo maior....Foi essa a sensação que tinha, não lembro se no sonho a situação era essa, mas senti que ao despertar estava agradecida a essa pessoa, mas não precisava mais dela, só que ela não me deixava. Ai a sensação amigável foi mudando, primeiro eu despertei tranqüila, achando que a pessoa ia embora, ai ao perceber que eu não lhe dera a atenção devida, ela  se sentiu traida e foi ficando mais hostil, senti se aproximar, e ficar....apertado, senti os braços invisíveis me agarrando, me apertando, como se me culpasse por eu ter sido tão “ingrata”. Eu até gemi apavorada, esperando que minha mãe escutasse da cozinha, onde ela estava, pois parecia tão real, que era como se essa pessoa realmente estivesse ali e não fosse um sonho. Foi um abraço esmagador, eu quase sufoquei, por mais descrente que eu seja em relação a fé, dessa vez devo admitir que rezei, não sei o que, mas rezei pra essa coisa sair de mim. Ai parou, como sempre. Foi tão assustador, que não tive forças pra levantar e acender a luz de imediato...Se eu contasse esses fenômenos pras minhas amigas religiosas, acho que elas iam botar a culpa nos meus gostos (bruxas, livros e filmes de terror, etc....), rsrs, mas talvez seja projeções fortes do cérebro, pois tenho uma mente muito fértil. Mas não posso dizer que seja só isso. Talvez...


Uma outra vez que aconteceu eu dormia num quartinho atrás da garagem, era um tipo de cafofo que eu tinha (mas já fui despejada dele, sniff...), com uma tv, sofá, mesinha...levei até o pc pra lá, era muito gostoso. No final do semestre passado da faculdade passei a dormir lá pra já pegar no tranco dos estudos logo cedo sem perturbações. Mas um acontecimento pos fim as minhas sonecas no sofá daquele cômodo. A presença ‘negra’ foi até la me encher o saco também. E pior. Saiu de um pesadelo em que eu estava sendo perseguida por algo (as coisas ruins que te perseguem em sonhos são sempre figuras negras, indefinidas, você só sabe que são más), acordei com aquela sensação de angustia que você sente quando esta fugindo de algo, mas que ainda continuava, como se o sonho saísse para a realidade. Mas eu não conseguia me mover de novo e estava longe de qualquer ajuda. E a presença negra estava ali com seus braços invisíveis, mas como disse, dessa vez foi pior em tudo. Eu senti os braços, mas senti que eram apenas OS BRAÇOS, não havia corpo, era como se eles tivessem saído de uma outra dimensão e estivessem me agarrando pra eu voltar com eles de onde quer que eles tivessem vindo, me seguravam pelo abdomem e eu senti os dedos subindo do meu busto para a minha garganta, apertando, me sufocando. Mas eu não me permiti apavorar. Pois é isso que se alimenta o medo, ou essa coisa negra. Aprendi com esses ataques que se você simplesmente relaxar isso vai embora. Não demonstre medo ou pânico, apenas relaxe sabendo que vai parar dali há alguns segundos, por mais difícil e assustador que seja. E para mesmo.

Na verdade a idéia de escrever sobre esse assunto veio quando, algumas semanas atrás minha mãe me relatou mais um caso de paralisia do sono, em que ela sentiu a 'presença negra' de novo, engraçado, porque eu sempre usei esse termo, mas nunca disse para ela, e foi exatamente o que ela usou, a coisa 'negra como uma sombra'. Disse que as vezes em que se parecia com uma presença infantil, ela pulava na sua cama, como se fosse um trampolim, e ela sentia nitidamente o colchão se movendo pra cima e para baixo, como se fosse real. Novamente momentos de estress grande e sono perturbado. Tentem lhe dar aquelas explicações cientificas, mas ela (como boa baiana surpersticiosa) conseguiu me fazer voltar para as velhas histórias de incubo. É mesmo estranho...E enquanto procurava mais informação sobre o assunto, descobri, com um pouco de surpresa, que em várias partes do mundo a definição para a paralisia no sono é sempre muito semelhante: a de peso sobre o corpo (tirei da Wiki alguns exemplos):

Na cultura Hmong (China), paralisia do sono descreve uma experiência chamada "dab tsog" ou "demônio apertador" da frase composta "dab" (demônio) e "tsog" (apertar, esmagar). Freqüentemente, a vítima afirma enxergar uma figura pequena, não maior que uma criança, sentando em sua cabeça ou peito.
Outra definição chinesa para paralisia do sono é conhecida como "鬼压身" (
pinyin: guǐ yā shēn) ou "鬼压床" (pinyin: guǐ yā chuáng), o que pode ser traduzido literalmente como "corpo pressionado por um fantasma" ou "cama pressionada por um fantasma".
Na cultura vietnamita, a paralisia do sono é conhecida como "ma de", que significa "segurado por um fantasma". Muitas pessoas nesta cultura acreditam que fantasmas entram no corpo das pessoas causando a paralisia.
Na cultura japonesa, a paralisia do sono é conhecida como kanashibari (
金縛り, que significa literalmente "atado ao metal".
Na cultura popular húngara a paralisia do sono é chamada "lidércnyomás" ("lidérc pressionante") e pode ser atribuída à um número de entidades sobrenaturais como "lidérc" (aparições), "boszorkány" (bruxas), "tündér" (fadas) ou "ördögszerető".


De tudo o que pode ser explicado cientificamente, essa parte do peso é a que não acho explicação e que provalmente leva o mérito mitico para episódio noturno assustador.





“O sol se põe. Eu sinto a luz me trair.” – Papercut Linkin Park

sábado, 20 de dezembro de 2008

born yesterday


born yesterday, upload feito originalmente por kemal yldrm.

Misteriosa e sutil

O GRITO 2




Decepcionante. Apesar da maioria das seqüências não te tornarem bons filmes, eu ainda acreditava que a seqüência da versão americana de Ju-on - O Grito 2, fosse ser melhor do que foi. Na verdade não foi. Deixou de ser em muitos aspectos.

Versões americanas de filmes orientais já me soam como falta de criatividade. Mas vá lá, até que saem algumas coisas interessantes, como os clássicos da atualidade: O Chamado e O Grito. Prefiro mais O Grito. The Grudge (Ju-on), conseguiu me cativar com Sarah Michelle Gellar (a Buffy, caçadora de vampiros), a americana vivendo no estranho mundo de Tóquio (ao invés de transportarem a historia para Nova York, por exemplo, e fazer uma cagada colossal, destruindo o idéia oriental do “rancor” pós morte, que dá nome ao filme). Existe uma seqüência oriental para Ju-on (talvez até melhor que o primeiro), mas o segundo filme americano não segue a historia deste, infelizmente. Tentaram criar uma história a parte, seguindo diretamente do final do primeiro filme. Talvez tivessem a esperança de criar uma continuação melhor que a dos japoneses, bom, ficou só na esperança mesmo, pois o filme descamba ladeira a abaixo o tempo todo.

A idéia dessa seqüência é fazer uma outra americana reviver a lenda de Kayako e da sua casa amaldiçoada, cujo fantasma persegue todos que lá entrarem. Então inventaram uma irmãzinha da Karen (Gellar), a aspirante a Jade em carinha de choro, Aubrey (Amber Tamblyn), que foi alias, a menina que morre pela maldição de Samara no começo de O Chamado. A mãe a despacha para lá a fim de resgatar sua irmã, que parece ter pirado na terra do sol nascente. Paralelo a isso temos duas outras histórias: a de um grupo de meninas de um colégio de Tóquio que resolvem ir fazer uma “brincadeira” na casa amaldiçoada do filme e de uma família em terras americanas, que se muda para um prédio, onde estranhos acontecimentos começam a perturbar a rotina da família. Essa idéia de ‘histórias intercaladas’, que parecem não ter ligação, como um enorme quebra-cabeça, que você vai montando ao longo do filme e no final tudo se encaixa também é um recurso que os orientais usam muito em seus filmes, alias, eles são bem complicados de entender justamente por isso, exigem bastante atenção de quem os assiste. No primeiro filme eles utilizaram desse recurso de maneira muito convincente, mas dessa vez...

A história perdeu muito em sustos inúteis, tão manjados que não assustavam ninguém (eu pelo menos já estava preparada para a carinha de olhos esbugalhados da Kayako saindo de algum lugar escuro com aqueles imensos cabelos negros, ou aquele moleque azulado com seu miado de gato, conta outra vai...), ficou confuso tentando usar a intercalação de historias, para
explicar uma coisa que ficou ainda mais confusa no final. A personagem americana é quase risível, ela não faz nada de útil na historia e tem uma morte ainda mais estúpida e sem sentido. As três garotas que vão “brincar” na casa utilizam de uma abordagem bastante forçadoa do ‘vamos assustar a CDF jogando ela no local mais assustador da casa’, essa cena alias, é do primeiro filme oriental, que não existe no primeiro Grudge americano, há umas mistureba dessa historia das garotas do primeiro filme, que não convence nem um pouco...A família americana só estou entendendo agora...a principal idéia dessa seqüência é que o fantasma vingador agora pode sair dos limites da casa amaldiçoada (perai, isso não lembra uma certa sequencia de um certo outro filme que os americanos adaptaram? O Chamado 2 também usava essa idéia, aiai, não é só pela personagem principal também ter sido do Ring, mas muitas coisas nesse Grito 2 me lembram O Chamado, isso seria falta de criatividade elevada ao quadrado?), a moça da brincaderia na casa agora vive naquele prédio e a maldição do fantasma foi junto com ela, que acaba meio que ‘envenenando’ todo o andar em que moram. Na verdade, é a isso que se deve a única cena mais criativa do filme (cena inicial), em que um marido que se sente traído discute com a mulher, e ainda reclama da porcaria do breakfast que ela faz. Ela em seguida, sem o menor aviso ou mudança de humor, derrama oleo quente de uma frigideira na cabeça dele, depois o acerta com ela. Foi assim também que começou o primeiro The Grudge, com o persongem de Bill Pulman se jogando sem mais nem menos da varanda de seu apartamento. Sabemos que algo não vai dar certo desde o começo, mas o final deste não poderia ser pior.

E não digo que esse filme não tinha chance de ser melhor. Ele tinha potencial pra ser muito melhor, em vários momentos esperei que finalmente a coisa deslanchasse, que acabassem os clichês, as enrolações, os manjadinhos ‘grunidos’ gutuais dos fantasmas(que me deixavam muito mais irritada do que assustada, de tão exagerados que foram dessa vez). Mas não souberam aproveitar nada. Primeiro tentaram criar uma outra historia por cima de pedaços recortados não aproveitados do primeiro Ju-on. Depois desperdiçaram partes importantes da historia que iria esclarecer (afinal, a idéia de uma continuação dessa é enfim dizer de onde vem o fantasma, porque ele odeia tanto todo mundo e blábláblá) o que o filme mesmo se propôs a fazer (afinal, todo o carnaval em cima do ‘vamos saber de onde Kayako veio’ não valeu de nada....), me deu a impressão de, por ter a ver com costumes orientais, rituais e tudo o mais, eles não souberam o que fazer ou como explicar direito, e ficou tudo muito vago, e o motivo foi bem fraco do modo inexplorado no qual foi apresentado. No final o final não foi feliz para ninguém, a família americana é dizimada, mas de maneira fútil, bem hollywodiano mesmo, há várias pontas soltas e motivos idiotas para as coisas acontecerem. Só não dou nota 0 pela cena da frigideira, aquela foi boa!
Ahh, e claro, a brincadeira que fizeram com o a apresentação das distribuidoras, em que a estátua da Columbia se tranforma aos poucos no fantasma do filme. Criativo!
No mais, não percam tempo com esse filme. E procurem a seqüência original japonesa se realmente quiserem se assustar.



domingo, 14 de dezembro de 2008

O Quatrilho

É, isso vai soar estranho, eu gosto de rock, bruxas, livros de terror, e vou indicar....literatura romântica sobre imigrantes italianos? Calma, esse livro, por incrível que pareça, passa longe do Terra Nostra e daquelas historinhas manjadas dos italianos que vieram para o Brasil, va bene! Sério. Essa obra do José Clemente Pozzenato, que virou filme em 95 e foi indicado ao Oscar como melhor filme estrangeiro, com Patricia Pillar e Glória Pires me cativou quando li (e eu tinha verdadeiro pavor dessas histórias de italiano, sério, aquelas novelas me deixavam atemorrizada quanto ao futuro da criatividade brasileira). Primeiro porque é uma trama fechada, não temos uma penca de gente que veio ganhar a vida no Brasil e blablabla, com os senhores brasileiros a lhes ditar regras e eles tentando 'conseguir seus direitos' e blablabla.....todo mundo já sabe que isso acontece mesmo, então não há muita enrolação em cima deste tema, somos apresentados a dois casais italianos que vem para o Brasil e que decidem morar na mesma casa, numa cidade do Sul. A inocencia inicial em compartilhar o mesmo teto vai criando um verdadeiro terreno para o adultério, é muito legal ir constatando que o marido de uma é a cara da mulher do outro e de que como se eles simplesmente 'trocassem' de mulheres os pares ficariam perfeitos. É interessante perceber isso acontecendo aos poucos, o que nutre até um sentimento de esperança que a 'troca' realmente aconteça e dê certo (sem nenhum final trágico ou algo do gênero, bem shakespereano e típico de novela), para que os casais possam ser felizes com sua (literalmente) verdadeira cara-metade. Recomendado!

sábado, 13 de dezembro de 2008

As Pupilas do Sr. Reitor

Esse é para as (ou os) que gostam de histórias românticas, leves, sem exageros, do tipo “água com açucar”. Sem dúvida As Pupilas é um dos melhores livros que já li. Mas não me encantei de primeira, demorou mais de um ano desde o dia em que o comprei num sebo e para ter coragem de lê-lo. Na verdade eu nem sabia direito porque tinha comprado, parecia um daqueles livros meio maçantes de literatura clássica e que eu não tinha animo para ler. Mas quando o peguei não quis mais largar. Sabe aquelas histórias românticas sobre você conhecer alguém na infância, parece que iam viver juntos para sempre, mas algo os faz se separarem. E daí muito tempo depois os seus destinos voltam a se reeencontrar, mas ai....ele já não lembra dela! E ela morre de vergonha de chegar perto dele pois ele virou um rapaz muito atraente e que chama a atenção de muitas garotas, e ela é só uma pobre rapariga. Bem, acho que em algum lugar você já deve ter visto historia parecida, principalmente naqueles filmes americanos que adoram abordar o tema “Como esses dois vão ficar juntos?”. São histórias divertidas, mas eu prefiro esse doce livro do português Julio Dinis. É muito cativante a sua história de Margarida, Clara e Daniel. Leitura recomendada para os que gostam do gênero.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Flores


Flores, upload feito originalmente por Beronique.

Parece que tem alguém triste hoy..............

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Venus was her name


Venus was her name, upload feito originalmente por Bеn.

Vênus e Jupiter dividem o mesmo céu na noite de Amsterdam, na Holanda no dia 02/12. Eu vi aqui no Brasil na noite do dia primeiro, quando saia da faculdade, mas não fazia idéia que se tratava de um alinhamento de planetas com a Lua, por isso fiquei espantada com o brilho intenso de Vênus junto ao filete amarelado de lua (rsrs) e um outro ponto luminoso muito próximo, que só agora descobri que era o gigante Júpiter, que parecia mais pequenininho por estar do outro lado do Sistema Solar!!! Uau!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Ócio produtivo?

Sabe quando você devia estar preocupada com coisas mais 'relevantes' e simplesmente não consegue? Como agora em que eu devia me preocupar com a prova de direito internacional que terei na quinta-feira (e ainda uma provinha chata de inglês manhã), com meu projeto de monografia sobre a Índia (eu bem que podia ter escolhido um tema menos chamativo ou difícil, penso eu agora...) ou meu estágio que não consegui ainda, mas no entanto estou aqui escrevendo este post e pensando em outras coisas que posso acrescentar aqui no blog, ou sobre coisas 'extra faculdade' que não tem 'nada a ver' com as responsabilidades atuais de trabalhos e monografia, tipo uma tela que quero pintar (e ainda pedi ajuda de uma amiga minha que está muito mais atolada que eu na faculdade) ou um livro que quero ler. Até o estudo de línguas, que poderia ser um gancho extra para a faculdade (já que tenho me dedicado a tantas pontas soltas) tenho avacalhado. Será preguiça? Não acredito, acho que a melhor definição seria: falta de estimulo. Em casa, na faculdade, pro futuro, fico com um bom tempo livre a minha frente sem saber ao certo o que fazer com ele e quando vejo, perdi mais tempo pensando em como ocupá-lo que acabei por perdê-lo de vez.


"Há coisas que são conhecidas, e coisas que são desconhecidas. E entre elas, há portas."
William Blake

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

terça-feira, 11 de novembro de 2008

No neighbor

Eu sei que podem me achar uma chata, ranzinza e tudo o mais, mas odeio vizinhos. Pelo menos depois que 'cresci'. Quando era moleca, ter vizinhos era muito divertido, eu me ralacionava bem com a maioria, que também tinha crianças pra brincar comigo. Mas depois que passei a morar no bairro afastado em que moro (e não sei se isso influenciou) e fui crescendo, ter vizinhos passou a ser um inferno. Ter vizinho significa basicamente: não ter controle. Não sei se fui eu que não tive sorte, mas são quase sempre pessoas estranhas, com habitos completamente diferentes do seu, morando colados ao seu lado, fazendo coisas (normalmente muito barulho) do qual você não pode fazer nada, pois, por direito, estão num espaço que lhes pertence, mesmo que o espaço sonoro ultrapasse os muros que dividem as propriedades. Tenho ideias loucas as vezes de, se tivesse dinheiro, compraria dois ou mais terrenos por todos os lados da minha casa (não essa, mas se pudesse ter outra casa, em outro lugar mais habitavel), só pra não ter o incomodo de gente morando ao meu lado, como seus trocentos cachorros latindo à noite e fazendo escandalo de dia. Com seus filhos pequenos, birrentos, insuportavelmente barulhentos (não tenho experiencia com criança, por isso não posso dizer com 100% de certeza se gosto ou não delas, mas se fosse me basear pelas do vizinho, com certeza seria 100% de "não"), que ficam acordados até altas horas da noite (será os tempos modernos? Porque lembro que no meu tinha que estar na cama no máximo antes das 23hs), gritando, correndo, brincando (lindo, lindo, coisa de criança, deixa elas, aham, deixa ser no seu ouvido depois de uma noite mala de aula na faculdade, cansado e querendo dormir...), nos ultimos tempos deram pra...jogar bilhar até de madrugada, meu Deus, dai me forças! O que esses pais de hoje em dia tem na cabeça?? Titica de galinha? Funk do créu? (que, alias, esta na boca de todos os pequenos, que decadência). Longe das musica bizarras de tão ruins, repetidas dezenas de vezes num som absurdo, longe das conversas 'gritadas', coisas pessoais que dá pra saber até nos minimos detalhes de tão altas que são contadas, enfim, longe dessa gente tão diferente e tão insuportavel, que só sabe perturbar e não tem o minino de sensibilidade em perceber que há mais gente morando na rua além deles.

sábado, 8 de novembro de 2008

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Eu e as lendas



Quem não se lembra daquelas típicas lendas urbanas que rondavam nossa infância? Olhando algumas esses dias, me lembrei de várias que fizeram parte dessa época da minha vida. Algumas que só depois que a gente cresce vê que não tinha nada a ver. Ou será que não?.........

O JACARÉ DO RIBEIRÃO

Quando tinha uns 6 anos, e morava em outra cidade, numa casa que gostava muito, tarde da madrugada (umas 2 ou 3 horas da manhã), meu irmão e meu primo me chamaram na janela do quarto dos meus pais, que ficava voltada para o jardim, onde dormia na época, e eu meio sonolenta, não acostumada a ser acordada aquela hora (até achei que estava sonhando, se não fosse eles repetirem essa história no dia seguinte e até hoje), fui até a janela. Os dois estavam com caras sorridentes e alegres, de quem acabou de fazer uma arte. O que eles me contaram não tinha (e até hoje não tem) nenhum cabimento:


“— A gente acabou de matar um jacaré lá no riberão”

(havia um trecho do Rio Paraíba bem no final da rua, relativamente longe da nossa casa, que as pessoas chamava de “Riberão” e costumavam pescar), segundo eles, havia um pequeno jacaré no ribeirão, do qual eles armaram uma armadilha para mata-lo, colocando um explosivo em sua boca. Até eu que era pequena e podia ficar impressionada achei aquela história uma lorota, sair no mato aquela hora? Por mais que os dois fossem levados.......mas eles insistiam tanto (e por muitos dias depois) que acabei por achar que era mesmo verdade e fiquei com medo do ‘jacaré do ribeirão’ (e pior que até hoje eles ainda sustentam essa história, com um leve sorriso maroto no canto dos lábios.............). Na década de 20 surgiu esse boato dos ‘jacarés do esgoto’ nos EUA, que acabou se disseminando e vindo parar aqui no Brasil. Dizem que se você olhar para um bueiro com uma lanterna pode ver os seus olhos refletindo a luz lá dentro. Aham.

A BONECA AMALDIÇOADA


A segunda a me assustar na infância foi entre 6 e 7 anos. Nessa época estava sendo lançada a fatídica “Boneca da Xuxa”, e os boatos que elas matavam criancinhas de noite aterrorizou muitas meninas como eu. Pior era quando suas amiguinhas ficavam contando essa história com ares de “Toma cuidado viu, a próxima pode ser você”, como se elas também não estivessem morrendo medo. Xéé, por muitas noites tive que dormir com minha mãe temendo os meus brinquedos, achando que poderiam estar amaldiçoados, mesmo ela tentando me acalmar e dizendo que jamais compraria uma boneca dessas pra mim. Rsrs....
Esse boato saiu na mídia em meados de 1993, dizendo que uma menina tinha sido encontrada morta a facadas e que a faca tinha sido encontrada em cima da boneca da Xuxa, em seu colo, toda suja de sangue. Ai começaram a dizer que essas bonecas vinham recheadas com facas e outras armas, além de outros objetos vudus, para poderem despertar de noite e matar suas donas. A história também puxou a possível suspeita de que a Xuxa tivesse vendido sua alma ao Diabo para conseguir fama e sucesso. Suspeito, não duvido nada.......

PALHAÇO ASSASSINO BRASILEIRO

Em seguida, quando tinha lá os meus 7 a 8 anos (meados de 1994), veio a história dos ladrões de órgãos. Essa eu acredito não ser história, o mercado negro esta cheio desses ‘ladrões macabros’, que roubam crianças para matá-las e tirar seus órgãos para venda. Mas naquela época isso estava no auge e claro que se criou uma história por cima disso. Era a da Gangue do Palhaço. Nessa cidade que morei quando criança era comum ouvir (principalmente entre as crianças e adolescentes) algum comentário sobre uma nova criança que tinha sido encontrada ‘vazia’ (ou seja, com os órgãos roubados), e eu ficava imaginando a cena...bruuu, era de arrepiar, além disso a mídia ajudava muito essas histórias, falando sobre os casos que aconteciam no Brasil sobre as ‘carcaças’ de crianças encontradas vazias.......Só que ai eles começaram a divulgar possíveis ‘ladrões’ e criou-se um perfil em cima disso: o de um grupo que usava um carro preto e fantasias que atraiam as crianças, como as de circo, principalmente um palhaço e uma bailarina. Depois de conseguir fazer as crianças entrarem no carro elas nunca mais eram vistas, a não ser mortas. Nossa, ai foi aquela coisa. As mães dizendo pros filhos ficarem longe de qualquer presença suspeita, não se encantarem com pessoas fantasiadas, que lhes oferecessem doces ou parecessem simpáticas e nunca, jamais, aceitar entrar num carro estranho, principalmente se ele fosse preto. Comigo e meus amiguinhos não foi diferente. Até lembro o temor que era andar na rua (por um tempo nossos pais até proibiam a gente de brincar longe de casa e sempre deixavam alguém mais velho de olho) e de como era ver qualquer carro preto e achar que ele podia ser da Gangue do Palhaço. A gente fugia deles como o Diabo da cruz. Lembrando agora dá até vontade de rir, mas naquela época....eu não queria virar uma ‘criança vazia’ (era assim que chamavam) e quando estava só eu e mais alguém da minha idade a gente corria (fugia mesmo) de ‘presenças suspeitas’ e desses carros pretos estacionados em lugares ermos. Lembro até de uma vez, quando fui com minha mãe na casa de uma amiga minha num bairro afastado. Nós fomos brincar num campo ali perto e havia um carro preto parado numa rua deserta e como ela era mais velha que eu começou a botar medo, dizendo ser ‘o carro do Palhaço’ e que o tinha visto ali perto, e que estava acompanhado de uma bailarina. Dizia ainda que algumas crianças já tinham sumido naquele bairro, e que os dois deviam estar percorrendo a vizinhança, tentando atrair crianças pro seu carro fatídico. Comecei a ficar com tanto medo que corri de volta para a casa dela e não sai de lá até minha mãe decidir ir embora. Pior é que quando fomos embora, pegamos um atalho por um terreno vazio e no meio do caminho minha mãe lembrou-se que tinha esquecido alguma coisa na casa da menina e pediu que eu corresse de volta para buscar. Nem adiantou protestar, o jeito foi ir correndo, com medo, sempre olhando na direção do carro. Na volta então, foi um pinote só, morrendo de medo que o palhaço achasse aquela menina ali, sozinha e de bandeja pra ele. Rsrs.........Não duvido que acontecia alguma coisa parecida, sobre os ladrões atraírem crianças com esses pretextos (tipo doces e fantasias alegóricas) e depois elas nunca mais serem vistas, isso acontece há séculos, mas os elementos que envolveram a história final da Gangue do Palhaço com certeza surgiu da crendice popular que acrescentou detalhes assustadores como o carro preto e uma bailarina como ajudante.

SUGADOR DE CABRAS

Quando me mudei para a minha atual cidade, por volta de 1996, veio outro boato e esse muito mais mítico e divulgado: o do Chupacabra. Todos tinham medo pelos seus bichinhos, gato, cachorro, papagaio, pois ele podia amanhecer ‘sugados’ pelo Chupacabra. E claro que as histórias não paravam, de pessoas que tinham seus animais mortos misteriosamente (e muito próximo de nós), fazendeiros que não sabiam o que fazer com o chupador das suas cabras e vacas, rsrs. Na escola não se falava de outra coisa, minha professora da 3º série até chegou a mostrar um programa (muito mentiroso, por sinal) gravado do SBT que mostrava o possível cadáver de um Chupacabra (uma raia desidratada, nada mais, coisa bem ‘engana trouxa’ mesmo). Eu me sentia só um pouquinho aliviada por não morar mais na minha antiga cidade, que era muito mais rural e próxima do mato, onde devia habitar o alvejador de cabras. Na atual eu morava num sobradinho e a área era bem mais urbana, mas ainda assim eu sentia medo. De noite até fazia minha cachorra se esconder numa área apertadinha embaixo da caixa d’água, com medo que o Chupacabra a encontrasse (putz!). Isso durou por um bom tempo ainda...
A história do Chupacabra não é exclusividade do Brasil, na verdade ela começou na América Central, com galinhas sendo encontradas mortas, com o sangue sugado e mordidas de caninos grandes. Depois ela foi descendo para a América do Sul, com cabras e gado mortos e veio parar aqui, no berço do folclore sensacionalista. Ninguém nunca conseguiu encontrar um Chupacabra nem saber se era animal ou o que, alguns até o associaram com presenças alienígenas. Vai saber............
FANTASMA DO BANHEIRO

Por fim, quando entrei na adolescência e no território das historias em volta da fogueira (ta bom, no nosso caso era em volta de uma pilha de pacotes de salgadinhos e batata frita, mas.....), e mais assustadoras, veio a lenda da Loira do Banheiro. Estava na 5ª série, 1998 e foi a única vez na escola que estudei no período da tarde (depois só na faculdade). O final da tarde numa escola é algo realmente peculiar. Quando o céu vai ficando laranja e as sombras se alongam, nem todas as luzes são acessas e você se sente sozinho. Nessa época a gente vivia se reunindo em rodinhas para contar historias assustadoras, desafiando nosso próprio sono horas mais tarde, quando, sozinho no escuro você começava a relembrar aquelas histórias e ficava com medo, muito medo. Tinha a da velha casa assombrada do bairro, cuja própria moradora contava o que acontecia lá dentro (torneira abrindo sozinhas, portas rangendo, etc....talvez invencionices para assustar mais, mas era uma prova de coragem passar uma noite na casa dela, que já foi demolida há algum tempo), a da casa azul perto da escola, onde supostamente havia um fantasma raivoso, que não queria que ninguém alugasse a casa e estourava vidros quando alguma pessoa entrava lá com esse propósito (bom, na época eu vi os vidros quebrados, mas não sei se era por isso...hoje ela parece estar habitada (por muitos anos esteve vazia), mas eu sempre a olho como ‘a casa do fantasma’). O da procissão dos mortos, que saia de madrugada pelas ruas, em determinado dia de determinado mês e que se você olhasse poderia ser atraído para acompanhar o cortejo e assim morreria. O de que se você bebesse muita água antes de dormir podia sonhar que estava se afogando e acabar morrendo dormindo, o de que se comesse muita ou pouca comida, não conseguiria achar o caminho de volta no sonho e ficaria preso para sempre, coisas assim. Mas a que acontecia na própria escola era a da Loira do Banheiro (que deve rondar escolas de todo o Brasil). Você tinha que falar não sei quantas vezes um palavrão muito feio olhando para dentro da privada e ai começaria a aparecer cabelos loiros lá de dentro. Algumas se aventuravam, outras diziam que realmente tinham visto os cabelos, várias espalhavam a história e desafiavam as amigas só para zuarem, mas a verdade mesmo é que depois que passa o calor da situação e da brincadeira e você fica sozinha no final da tarde no banheiro escurecido (porque eles nunca acendiam a luz lá de dentro no final da tarde) batia um medo sim e tudo o que você queria era fazer o que tinha que fazer o mais rápido e cair fora logo dali. Às vezes eu ia pra casa apertada, pois não tinha coragem de entrar dentro do banheiro no final da aula quando praticamente todos já tinham ido embora...
A historia da Loira do Banheiro é imensamente divulgada e em varias versões, segundo a mais típica de todas, uma menina queria matar aula e um dia ficou escondida dentro do banheiro (como eu já fiz algumas vezes, ehehe), mas ai aconteceu um acidente lá (ela escorregou, ela caiu do lugar onde se escondia, dizem muitas coisas) e bateu com a cabeça, morrendo. Ai então seu fantasma ficou preso dentro do banheiro, assombrando quem aparecer por lá sozinho, ou invocar seu nome.

domingo, 19 de outubro de 2008

SILENT HILL




Assisti Silent Hill ontem, intitulado no Brasil como Terror em Silent Hill (desnecessário, já que Silent Hill já é o próprio terror). Fiquei quase emocionada com a fidelidade do filme aos jogos da série da qual sou fã. Acho que nunca vi uma adaptação tão boa. Música, cenários, acontecimentos, detalhes e personagens relembrando o game onde era possível e até impossível. Era quase como assistir ao jogo, e com isso reviver momentos nos quais passamos jogando essa ou aquela parte. E as músicas então, compostas pelo autor original da série, Akira Yamaoka, me deixaram até arrepiada. Além do jogo, sou uma grande fã da trilha sonora de Silent Hill e tenho todas, dos 4 games. Ouço muito, boa parte é instrumental e isso me inspira bastante na escrita. É um jogo diferente, e de longe tem umas das trilhas mais bem boladas que já vi, tudo a ver com o clima de drama e tensão da série. Todas as músicas tocadas no filme são do jogo (que barato!) e me lembro de cada uma delas pelas inúmeras vezes em que ouvi e dos momentos em que tocaram no jogo (como Letter – from the Lost Days (3º SH) que toca no carro de Rose quando está indo para Silent Hill com a filha Sharon, toca no carro em Silent Hill 3 quando Heather (a Sharon (ou Cheryl, no jogo) já adolescente, com outro nome e sem memória) esta indo para o mesmo lugar. Promise (2º SH) todas as vezes em que Rose reencontra Sharon (ou Dark Alessa) em algum lugar. A belíssima Dance with Night Wind (3º SH) quando Christabella leva Rose e Cybil para o lugar onde podem encontrar Sharon. Never forget me, Never forget me (3º SH) e Claw Finger (1º SH) na partida da cidade, Sadness (2º SH) na chegada em casa (e a certeza de que Rose nunca mais voltará ao mundo real, embora ela desconheça isso) e a brevíssima Lost Carol no final (com a certeza de Chris que ela sempre estará por perto, embora separados para sempre por uma tênue linha de realidade) além de muitas outras espalhadas durante a trama).
Os acontecimentos também nos levam ao 1º e 3º Silent Hills, dos quais acredito terem sido a base principal para a confecção do filme, embora tenha alguns elementos do 2º jogo (que se passa na cidade, mas não tem a ver diretamente com a história do primeiro, que só retorna no 3º game. O 4º jogo não é mencionado por ter uma trama a parte da série), como o temido inimigo Piramide Head aquele com uma espada enorme que apavora a todos tanto no jogo quanto no filme. James, o protagonista do primeiro Silent Hill é substituído por Rose no filme sem alterar a força da participação (acho que até ficou melhor como uma mulher), e o inicio do longa é idêntico ao do jogo, a policial Cybil que os persegue também é igualzinha (caramba!). A cidade é quase como tirada do pesadelo da Konami, como se de repente o game tivesse ganhado formas humanas e reais. O modo como a névoa cobre tudo, sem que se possa ver um palmo na frente do nariz, as cinzas, a interferência que os monstros transmitem a aparelhos eletrônicos (que no jogo era um radinho que o personagem carregava e que ajudava a saber quando um inimigo se aproximava, já que não se via nada a longa distancia, no movie sabiamente transformado num celular que a personagem carrega o tempo todo pendurado no pescoço), e aqui um parênteses, os monstros também i-dên-ti-cos (usando poucos efeitos especiais, muito bom!), a transformação de ‘realidades’, quando tudo escurece e a cidade parece cair numa outra dimensão, sombria, onde tudo esta enferrujado, destruído ou sujo, e que medo dessa dimensão infernal! Assim como no game, o efeito ‘escuro’ foi preservado, não se podendo ver quase nada sem a ajuda de uma lanterna (tornando o clima ainda mais assustador, já que uma coisa é estar na névoa de dia, outra é no escuro). “Somente o demônio abre e fecha o portal de Silent Hill”. As saídas de Silent Hill são bloqueadas por enormes rombos no asfalto (como se uma mão imensa tivesse partido as estradas que ligam a cidade ao mundo) recriados perfeitamente.
Outra coisa que achei mais do que incrível foram aspectos que talvez se me dissessem que pudessem ir parar no filme eu teria rido, mas depois de ver o resultado...Jogos no estilo de Silent Hill (normalmente classificado como survival horror) são cheios de mistérios e quebra-cabeças, do tipo que você tem que pensar para resolver e avançar no game. E não é que colocaram isso no filmes também! Em muitas situações a personagem tem que resolver alguns enigmas para tentar encontrar a filha e nem de longe isso parece forçado para que se pareça com o jogo. Pistas deixadas por Dark Alessa (que Rose acredita ser Sharon) fazem a mulher ir daqui para lá numa busca desesperada, assim como acontecia com James no 1º SH, passando por lugares como a Midwich Elementary School e o Grand Hotel (onde há elementos do 1º e do 3º game, como a pista na boca do estuprador de Alessa que é encontrado no mesmo sanitário que a menina se escondeu depois de ser violada, numa posição bem SH mesmo (que deixa corpos espalhados pelas grades das maneiras mais estranhas, do jeitinho do jogo), que indica o hotel, o quadro encontrado lá que escondia uma porta (no 3º jogo esconde uma entrada também). Depois Rose tem de atravessar um poço pulando por ferros estreitos e perigosos (tem coisa mais vídeo game do que a prova do ‘atravessar um abismo pulando pelas coisas mais finas possíveis sem cair la embaixo’, não há quem não fique p...., é um teste de paciência e habilidade, rsrsrs, perfeito!) e o melhor de tudo, esse me agradou particularmente, pode não ter nada de mais pra qualquer outro jogador, mas cada um tem sua particularidade e a minha é não viver sem um mapa enquanto estou jogando um game desta estirpe. E o que Rose faz para se localizar numa cidade como Silent Hill? Mapas. A única forma de encontrar a filha é saber para onde ir e onde ficam os lugares que são indicados nas pistas que encontra, e pela cidade ela corre ao som de Wounded Warsong (musica do 4º jogo que me surpreendeu por estar ai) se localizando pelos mapas espalhados pelas ruas (quase como eu vendo onde estava no 1º game, era a mesma coisa! Até o nome das ruas são iguais). Ou perto do final, quando ela tem que ir “Nas trevas onde o Demônio habita” encontrar a filha (na verdade o pavoroso Brookhaven Hospital , que é o cenário mais terrível principalmente no 3º SH, “o demônio esta nas entranhas deste prédio", disso eu não tinha dúvida) e precisa memorizar um quadro com todos os mapas “sua memória pode salvar sua vida”, são simplesmente os mesmos mapas que usava pra não me perder dentro daqueles corredores assustadores, e até o quarto final onde ‘habitam as trevas’ é o mesmo do game, um quarto no final de um corredor que não existia até determinado momento e depois de entrar por ele SH vira para a sua versão ‘infernal’ onde tudo fica escuro e enferrujado, genial!
O elevador despenca levando Rose até o subsolo do hospital ao encontro das trevas é semelhante a cena de Heather no 3º SH, quando o elevador desce rapidamente fazendo-a entrar pela primeira vez na dimensão infernal (alias, a Rose me lembra muito a protagonista do terceiro jogo, será coincidência?). As enfermeiras malignas que ela encontra lá embaixo me lembram o horror que era encontrar uma dessas nos corredores do game, como elas não puderam estar no filme, as reuniram numa única e assustadora ocasião.
Como não cheguei a terminar o primeiro jogo (ave, que difícil era!) não sei se a história de Silent Hill é contada no final, mas não entendia bem como o jogo tinha começado, qual era o motivo da cidade ser o que era e no filme tive uma boa visão disso, e pude compreender muita coisa que ficou meio nebulosa no tempo em que joguei a série até o 3º jogo, quando o demônio(com a forma de Dark Alessa) conta a história de Alessa para Rose e combinam uma forma de cada um ter o que quer (Rose a filha e o demônio o poder de entrar no único lugar bloqueado para ele em Silent Hill e assim acabar com todos os que sobraram na cidade, vingando Alessa, o que deixa bem evidente o fato dela trazer as ‘trevas’ consigo quando volta do subsolo de SH, “Tudo o que queremos é satisfação e vingança”), com uma pequena participação da Enfermeira Lisa, do primeiro game (também idêntica a original, talvez até melhor). A história contada pelo demônio (Fermata In Mistic Air do 3º SH ao fundo) pela boca de uma criança é mais uma característica de SH, que tem pelas crianças um...afeto especial (na verdade isso veio do próprio criador do jogo), pois o mal vindo de algo tão puro e inocente quanto uma criança é o que deixa a narrativa mais arrepiante. Além do fanatismo religioso, a busca por um paraíso perfeito, um lugar puro, livre das imundices presentes principalmente na personagem Claudia que acredito ter virado Christabella no filme, numa atuação marcante, bem estilo loucura religiosa extremista. “Cuidado como vai combater o Diabo. As armas podem se voltar contra você.” Diz o demônio ao explicar como essa loucura condenou Silent Hill e indiretamente deixando claro do porque tudo na cidade ficar enferrujado e com um aspecto queimado quando se transforma na ‘dimensão infernal’ (atuação tripla de Jodelle Ferland que aceitou interpretar três papeis diferentes (Sharon/ Dark alessa e o Diabo), e segundo a garotinha: “Sempre quis interpretar o Diabo”).

Silent Hill jogo e filme é uma trama que não tem dó de ninguém (que outro mostraria uma criança (Alessa) virar churrasco vivo e ainda sobreviver carbonizada juntando ódio e ressentimento de tudo e de todos até se transformar numa criatura maligna que amaldiçoa a cidade há passar seus dias confinada numa subdimensão infernal? Ou a morte de Cybil com requintes cruéis de tortura, carbonizada aos pouco, ou ‘purificada’, sem contar no assustador Piramide Head, bruuu, não, SH não se vale de cenas sangrentas e cruéis para ser bom, mas é uma características os momentos fortes e difíceis de digerir, que as vezes não derramam uma gota de sangue, mas mesmo assim são assustadoras e indigestas. O escuro predomina e os sons mexem com qualquer um).
Uma curiosidade: A roupa que Rose usa inicialmente é branca (ou uma cor muito clara), no decorrer do filme ela vai sujando esta roupa, sangue é respingado e tudo o mais, mas não os suficiente para mudar totalmente sua cor. Quando ela chega aonde o demônio esta todas suas roupas já estão vermelhas. Dizem que o vermelho é a cor do sobrenatural, a cor que mancha o mundo terreno, marcando uma presença do outro mundo. São muitos os filmes que posso citar em que essa cor aparece com este propósito, embora para muitos passe desapercebido (a porta da igreja e a maçaneta de vidro na casa do psicologo em Sexto Sentido, os moveis e as portas em O Iluminado, os detalhes marcantes do coreano Medo, entre outros, só para citar exemplos rápidos).

Silent Hill ao se transformar em filme se transformou também numa experiência diferenciada de produções de terror: são poucos os clichês, eles não são necessários numa historia tão original e por isso também são poucos os “sustos fáceis”. O seu horror se embasa numa trama que te pega pelo lado mais psicológico, mais difícil de controlar, com medos primitivos e constantes, como o medo do escuro e o receio do que se pode encontrar mais a frente, os sons perturbadores, a angustia por um ente querido....
É difícil não me alongar quando falo de Silent Hill, literalmente é meu jogo favorito e ter virado um filme tão fiel é com certeza uma satisfação para os fãs. Claro que, sendo assim, o final não podia ser outro. Os créditos finais de Silent Hill fica por conta da melhor e mais contagiante música da série na minha opinião, You’re not Here, que é a abertura do terceiro jogo (“Você não está aqui” tem a ver tanto para Rose quanto para Chris no final da história), junto a pequenos recortes recriados de cenas do jogo. A Konami protegeu sua criação por quase dez anos das produtoras que queriam levá-la para a telona, não cedendo o direito da adaptação. Talvez temendo que um jogo tão bom e tão único virasse uma porcaria cinematográfica e fosse manchado por isto. Ter liberado isso agora para um diretor competente que se interessou pela historia literalmente jogando o jogo foi a melhor coisa que fez. É difícil me impressionar com as produções atuais, principalmente de terror, mas pra essa eu tiro o chapéu. Trabalho perfeito!


Cabelos Vermelhos


Bom, um outro tópico que me interessa bastante são as lendas urbanas, aquelas histórias passadas de um pro outro e que ninguém sabe se realmente aconteceu ou se foi daquela forma, mas talvez seja isso mesmo o que me atrai, assim como o ditado quem conta um conto aumenta um ponto, cada pessoa que acrescenta algo de mais misterioso e assustador pra mim tá valendo, a imaginação das pessoas é o que há de mais rico nesses casos.
Uma delas me chamou a atenção, por ter uma pitada de sarcasmo misturado com as velhas histórias em volta da fogueira no final.




A TINTURA RUBI 666


Patrícia era uma garota de 15 anos muito infeliz. Ela era obesa e por isto tinha que agüentar os deboches dos seus colegas preconceituosos na escola.Seu sonho era ser tratada sem preconceito e arranjar um namorado. Mas, suas amigas esbeltas sempre falavam isto para ela:


— Nunca ninguém irá se interessar por você !


Patrícia raramente era chamada pelo nome por suas colegas, pois elas sempre a tratavam por: baleia , balão , bujão de gás , etc. A pessoa que mais humilhava esta menina era Nádia, a ex-miss do colégio, que sempre fazia brincadeiras desagradáveis com Patrícia. Nádia namorava Rodrigo, o menino mais cobiçado da escola e o amor platônico de Patrícia.Sempre, antes de dormir, Patrícia chorava trancada em seu quarto e para aliviar a dor ela escrevia um monte de poesias inspiradas em Rodrigo.


Mas, esta adolescente sempre foi fã da modelo Fernanda Lima. Ela tinha várias fotos desta artista espalhada pelo seu quarto. Assim, esta garota sempre pensava:

Como eu gostaria de ser igual à Fernanda Lima! Se eu fosse igual a esta modelo todos iriam me respeitar e eu conseguiria arrumar um namorado!

Um certo dia, Patrícia estava assistindo TV, quando de repente apareceu a modelo Fernanda Lima num comercial de tinta de cabelo. Quando a adolescente viu a sua artista predileta na TV, ela parou o que fazia e prestou atenção nas palavras da sua musa, que dizia com os seus cabelos tingidos de vermelho:




" – As tinturas Garnier têm várias cores novas . A minha é a Rubi 666. "

Ao ver este comercial , Patrícia ficou encantada com a cor dos cabelos da modelo e pensou:

Nossa, já pensou se eu pintasse o meu cabelo com esta cor? Talvez eu ficasse linda igual a Fernanda Lima!

Então, a adolescente foi ao mercado, comprou a tintura Rubi 666 da Garnier e passou no salão de cabeleireiro. E assim, ela mudou a cor dos cabelos. Porém, ao colocar os pés para fora do salão de beleza, ela sentiu que o seu jeito estava diferente, mas nem ligou, pois sentia-se contente.


Na manhã seguinte, Patrícia levantou mais leve, e quando as suas colegas a chamaram de gorda, ela nem se sentiu para baixo. Na aula de Educação Física, Patrícia fez algo que nunca tinha feito: jogou vôlei e não errou um saque. Ao passar das semanas, ela começou a emagrecer e a ficar com os traços mais femininos.


Até que um dia, Rodrigo começou a dar em cima dela, deste modo ela não resistiu e os dois acabaram virando namorados. Mas, quem não gostou foi Nádia, afinal Rodrigo a dispensou francamente para ficar com Patrícia. Nádia não se conformando com isto, planejou um plano diabólico.

Uma certa noite Patrícia estava caminhando num beco escuro a caminho de sua casa, quando, de repente, sentiu uma paulada em sua cabeça e desmaiou. Era Nádia que tinha cometido aquela agressão. Então, Nádia arrastou o corpo da sua rival até um terreno baldio e ateou fogo. No dia seguinte, uma mulher viu de longe, o corpo da garota queimado e chamou a polícia. Quando o delegado se aproximou da menina morta, viu que o seu corpo estava todo queimado, mas que seus cabelos estavam intactos: sem queimaduras, com a mesma cor rubi e com um brilho intenso. E no meio dos seus cabelos havia um bilhete grudado com fita adesiva, onde estava escrito:


“Cabelos tingidos com tinturas mágicas e enfeitiçadas são como espíritos: eternos.”


por: Luciana do Rocio Mallon
Fonte:
http://www.bocadoinferno.com/