terça-feira, 31 de março de 2009

Doce Amargo


Acabei de assistir um suspense muito interessante institulado no Brasil como Menina Má.Com (Hard Candy, 2005), protagonizado pela fofa e talentosa Ellen Page (Juno; Um Crime Americano). Para os que gostam de ação esta talvez não seja a melhor opção, pois o sua trama é quase puramente psicologica, daquelas que te deixam até um pouco nervoso e desconfortável. Mas é muito boa. São poucos personagens e um cenário de ação único (uma casa com paredes de um vermelho chocante, muitas vezes contrastando com o resto do ambiente, dando a impressão constante de tensão e perigo). A história inicialmente é básica e quase somos levados a pensar que já sabemos o que vai acontecer. A primeira cena é de uma conversa num bate-papo na internet. Temos um fotografo maduro querendo se encontrar com uma adolescente de 14 anos. O encontro acontece, o homem é atraente e bem apessoado e a garota bastante madura e inteligente. Eles conversam, se afeiçoam, e apesar do misterioso Jeff (Patrick Wilson, o Dan Dreiberg (Coruja) de Watchmen) parecer não querer levá-la para sua casa, ele próprio cria as circunstancias para isso acontecer. Eles vão e achamos que esta ai um cenário perfeito para um possivel abuso ou depravação. Mas é ai que as coisas e os vilões começam a mudar.
Hayley (Ellen Page) parece quase androgina (pelo cabelo curto e as roupas estilo basico temos dificuldade, em certas horas, de saber se é uma menina mesmo ou um menino, pois suas atitudes são bastante dubias). A história, assim como as paredes brancas e pêssego que mudam para as impactantes vermelhas dos outros aposentos, tem uma reviravolta e começa a ficar intensa e complicada.

"Máquinas, computadores...permitem te esconder não é? Tão seguro...(...) É verdade que estava drogado. E a droga era uma doce pequena de 14 anos."

Temos aqui um dos problemas mais sérios envolvendo a era da internet: a pedofilia. A maneira fácil e sedutora de se atrair crianças para esse crime hediondo, de se obter ou disseminar esse tipo de material, e de como podemos ser enganados por quem menos desconfiamos. Não temos em nenhum momento uma clara confissão do agressor em relação aos seus crimes, por isso pendemos entre acreditar em Hayley ou achar que ela esta exagerando na sua tortura. Mas esses caras são bons para se esconderem atrás da boa máscara de cidadão padrão, e mesmo sob pressão constante Jeff não abre o jogo e nos sentimos cada vez mais tensos quanto aos limites psicologicos que a garota pode chegar para executar sua vingança.


"Foi você quem veio até mim". Isso é o que todos dizem, os pedófilos. "Ela era tão sensual, ela estava pedindo isso". Ou "Ela era uma garota mas agia como uma adulta." É tão fácil culpar uma criança, não é? Não é porque uma criança consegue imitar uma mulher que significa que esta preparada para fazer o mesmo que um adulto. E você é o adulto aqui. Se uma criança está aprendendo e faz um comentario malicioso, ignore-o, não o encoraje. Se uma criança diz "Ei, vamos beber umas vodkas!" tire-lhe a bebida e não a encoraje a beber mais um copo!"
O enredo é incrivel, assim como a atuação de Page, mais adulta e intensa do que muitas estrelas mirins hollywoodyanas (mirins mesmo e não tendo 20 anos, fingindo que tem 15, o rostinho de pré-adolescente dela contrastava direto com as palavras e momentos fortes que ela proporcionava). Me lembrou a trama de Stephen King, Jogo Perigoso (Gerald's Game) que por quase 100 páginas me fez apelida-lo de Jogo Tedioso, pois não tinha muito 'ação', algumas vezes esses suspenses quase nos põem loucos, pois lidam muito mais com o psicologico do que com qualquer outra parte de nós, como se estivessemos presos dentro de um saco de borracha em pleno sol de verão às 2 da tarde. Claustrofobico. Mas ainda assim incrivel e chocante. Porque a realidade choca. Nos dois casos temos histórias de abuso e tortura, pela agonia das lembranças do passado ou por uma little girl sádica que usa dos meios mais psicologicamente doentios para punir o agressor de muitas garotas da idade dela, ou ainda mais novas... Uma boa denúncia contra esse tipo de crime.
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Curiosidade: Hoje assisti a outro filme com a Ellen Page, o Juno. Será apenas coincidencia que neste filme (realizado um bom tempo depois) ela use um casaquinho vermelho de capuz muito parecido com o que ela usa em Menina Má.com?

sábado, 28 de março de 2009

Casey Chin


Casey Chin, upload feito originalmente por amradio.

"Quando tantas pessoas estão solitárias o quanto parecem, seria imperdoavelmente egoísta se sentir solitário sozinho." - Tennesse Willians

terça-feira, 10 de março de 2009

The Runaway Found

Às vezes pergunto-me se tudo ainda é absoluto. Se ainda existe o certo e o errado. Bom e ruim. Verdades e mentiras. Tudo é negociável... deixado aberto à interpretações, ótimo! Às vezes somos forçados a driblar a verdade. Transforma-lá. Porque somos colocados à frente de coisas, que não foram criadas por nós. E às vezes as coisas simplesmente chegam até nós. A verdade ainda é absoluta. Acredite nisso. Mesmo que essa verdade seja dura e fria, e mais dolorosa do que você jamais imaginou. Mesmo quando a verdade é mais cruel do que qualquer mentira!"

(One Tree Hill - Episode 18, Season 4 - "The Runaway Found")